sexta-feira, 1 de abril de 2011

OSBA INICIA NOVAS SÉRIES DE CONCERTOS


Após realizar o concerto de abertura da temporada no dia 16 de março, a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) deu início às suas novas séries de concertos na quarta-feira, 30 de março. Neste dia, a orquestra estreou a Série Carybé, batizada em homenagem ao artista plástico argentino naturalizado brasileiro que viveu na Bahia, desde os anos de 1950 até seu falecimento em 1997, e que completaria 100 anos agora em 2011. Voltada para o repertório de música de câmara, esta série teve sua primeira edição na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA), às 20 horas, com ingressos (inteira) a R$ 20.

Na Série Carybé, os integrantes da Osba se apresentaram em pequenos grupos, sendo que nesta edição o programa foi composto pelas obras "Serenata nº. 2 para quinteto de sopros e trompete", de H. Sutermeister, interpretada pelo maestro Carlos Prazeres (oboé), juntamente com Lucas Robatto (flauta), Pedro Robatto (clarineta), Claudia Sales (fagote), Josely Saldanha (trompa) e Heinz Karl Schwebel (trompete); a "Serenata op.46 para violino, violoncelo, clarineta, fagote e trompete", de A. Casela, executada por Samuel Dias (violino), Suzana Kato (violoncelo), Pedro Robatto (clarineta), Claudia Sales (fagote) e Heinz Karl Schwebel (trompete); e, ainda, "La Revue de Cuisine, suite H.161 para violino, violoncelo, clarineta, fagote, trompete e piano", de B. Martinu, interpretada por Pedro Robatto (clarineta), Claudia Sales (fagote), Samuel Dias (violino), Suzana Kato (violoncelo), Heinz Karl Schwebel (trompete) e Eduardo Torres (piano).

“Homenageando este grande ícone da cultura baiana, que tem alguns de seus painéis expostos no próprio Teatro Castro Alves, a Série Carybé traz para o público o melhor do repertório camerístico, aproveitando o propício ambiente da Sala do Coro do TCA, e, também, expandindo-se aos principais museus e outras áreas de importância cultural”, afirma o novo diretor artístico da Osba, o maestro Carlos Prazeres, salientando que a série, com uma “mescla entre o repertório barroco, clássico e contemporâneo, vai exigir uma flexibilidade maior da orquestra para atuar em diferentes situações musicais”.


OUTRAS SÉRIES – As novas séries de concertos da Osba também homenagearão outros grandes nomes da cultura baiana. Os concertos realizados às quartas e quintas-feiras serão denominadas, respectivamente, Série Jorge Amado e Série Glauber Rocha. Nestas séries estarão presentes as principais obras e solistas da temporada, em concertos realizados às 20h30 na Sala Principal do TCA.


As apresentações em igrejas integrarão a Série Manuel Inácio da Costa, considerado o maior escultor barroco da Bahia, que viveu entre os séculos XVIII e XIX. Segundo Prazeres, trata-se de uma homenagem a um “gênio esquecido”. O maestro ressalta, ainda, que nesta série as principais obras de Bach, Mozart e Haydn “vão conviver com a música do Padre José Maurício, Sigismund Neukomm e de outros ícones do barroco brasileiro, que estabelecerão um contraponto com a música de Astor Piazzolla, Arvo Pärt, Ernani Aguiar, Guerra-Peixe e outros artistas modernos”.

Além de referenciar ícones da cultura baiana, os títulos das novas séries sintetizam a postura do maestro Carlos Prazeres em promover uma maior aproximação da Orquestra Sinfônica da Bahia com a população. “Nutro o desejo de estabelecer um link maior entre a OSBA e a sociedade baiana, de forma que o grupo orquestral estabeleça fronteiras cada vez maiores, no que tange a formação de novas platéias. A presença de compositores brasileiros, sobretudo baianos, tais como Lindembergue Cardoso e o suíço radicado na Bahia, entre 1956 e 1990, Ernst Widmer será de fundamental importância neste processo. Uma interação maior entre os ícones populares da cultura musical baiana e a OSBA também será primordial”, destaca Prazeres.


Estas novas séries já têm suas estréias definidas. A Série Jorge Amado se inicia em 7 de abril, a Série Manuel Inácio da Costa estréia no dia 10 de abril na Igreja Santa Clara do Desterro, no bairro de Nazaré, e a Série Glauber Rocha terá início no dia 18 de maio.


DIDÁTICOS – Paralelamente às novas séries, a Osba continuará e incrementará seus Concertos Didáticos, voltados para crianças e jovens dos ensinos fundamental e médio. Considerados pelo maestro Prazeres como de extrema importância para a formação cultural da juventude e, também para a formação de novas platéias para a música de concerto, os Concertos Didáticos serão reformulados. “É fundamental que se mude o conceito retrógrado que ainda povoa a mente de 99% dos jovens quando ouvem o termo ‘música clássica’”, afirma, salientando que, “por isso, serão identificados, com a ajuda de psicólogos, os cuidados necessários, que vão desde o programa a ser tocado até os trajes que serão usados pela orquestra, passando pela utilização de um material específico e treinamento dos professores para que a atividade cultural seja vivenciada antes, durante e após os concertos”. O primeiro Concerto Didático de 2011 ainda não teve sua data divulgada.


CARLOS PRAZERES – Novo diretor artístico da Osba, em substituição ao pianista Ricardo Castro, que esteve à frente da orquestra entre 2007 e 2010, o carioca Carlos Prazeres é um dos mais requisitados maestros brasileiros de sua geração, sendo ainda regente assistente da Orquestra Petrobras Sinfônica (OPES) no Rio de Janeiro desde 2005.

Já dividiu o palco com artistas como Antonio Meneses, Rosana Lamosa, Fábio Zanon, Augustin Dumay, Wagner Tiso, João Bosco, Ivan Lins, Stanley Jordan, Milton Nascimento, entre outros.
Como maestro convidado, Carlos Prazeres tem dirigido importantes conjuntos sinfônicos, tais como a Orchestre National des Pays de la Loire na França, Orquestra Cherubini e Orquestra Internacional do Festival de Riva del Garda na Itália, Youth Orchestra of the Americas, Junge Philharmonie Salzburg, Filarmônica de Buenos Aires, Filarmônica de Montevideo, Filarmônica de Bogotá, Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro em Brasília, Sinfônica da Bahia, OSUSP, Orquestra Amazonas Filarmônica, Sinfônica de Campinas, Jazz Sinfônica de São Paulo e a Orquestra do Festival de Música de Santa Catarina (FEMUSC).

Prazeres graduou-se em oboé na UNI-Rio e foi bolsista da Fundação VITAE durante seus estudos de pós-graduação na Academia da Orquestra Filarmônica de Berlim (Fundação Karajan). Desempenhou a função de oboísta solista junto à Barock Orchester Berlim, Orquestra Petrobras Sinfônica, Orquestra Sinfônica Brasileira e Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

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