terça-feira, 9 de março de 2010

OSBA ABRE TEMPORADA DE CONCERTOS 2010

 O maestro inglês Christopher Warren-Green regerá a OSBA


A Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) inicia a temporada de concertos deste ano com duas apresentações na Sala Principal do Teatro Castro Alves. No dia 9 de março, terça-feira, às 16 horas, haverá uma prévia para o público, com entrada franca. No dia 10, quarta-feira, às 20 horas, a Osba faz o Concerto Oficial de Abertura da Temporada 2010, com ingressos (inteira) a R$ 10,00. Os dois concertos terão regência do maestro inglês Christopher Warren-Green, e como solista o pianista baiano Ricardo Castro, gestor artístico da orquestra. No programa, composições de grandes mestres: Concerto para piano nº. 1 em Mi menor, op. 11, de Frédéric François Chopin (1810-1849), e a Sinfonia nº. 4 em Fá menor, op. 36, de Piotr I. Tchaikovsky (1840-1893). Os concertos terão a participação de músicos do projeto Neojibá- Núcleo Estadual de Orquestras infanto-juvenis da Bahia. A Osba é mantida pela Secretaria de Cultura do Estado, através da Fundação Cultural e TCA.

Concerto nº. 1 para piano e orquestra em Mi menor, Op.11. Em Agosto de 1829, o público de Viena entusiasmou-se com o virtuosismo exótico do Rondó de Concerto “Krakoviak” para piano e orquestra e as improvisações de Chopin sobre uma melodia popular polonesa. Ao retornar a Varsóvia, o compositor começou a trabalhar nos dois concertos para piano e orquestra e, ainda sob influencia do sucesso de Viena, escreveu para as duas obras um alegre final polonês. O Concerto em Mi menor no 1 foi, na verdade o segundo a ser composto (na primavera/verão de 1830) mas o primeiro a ser publicado (1833), e marca a despedida de Chopin da Polônia e do seu público, para estabelecer-se em Paris. Lá teve a oportunidade de conhecer grandes artistas como Mendelssohn, Listz, Rossini, Berlioz e outros, e produziu-se em inúmeros concertos com enorme sucesso. Ao mesmo tempo começou uma intensa e lucrativa atividade de professor que, junto à composição, exerceu até o fim da vida.

Sinfonia no 4 em Fá menor, op 36 – Esta obra foi composta em um período particularmente critico e tenso da vida de Tchaikowsky, quando o compositor russo percebeu que os seus deveres como professor do Conservatório de Moscou não o deixavam dedicar-se à composição o quanto ele queria. Ainda em um momento de indecisão e desespero, permitiu a si mesmo tentar um casamento sem amor com uma estudante apaixonada por ele, união que teve a duração de apenas dois meses e terminou deixando-o completamente transtornado. Depois, houve um período particularmente criativo caracterizado pela elegância e a excelência técnica, quando produziu, entre outras obras, Romeo e Giulietta, a II e III sinfonias e o Concerto em Si bemol menor para piano e orquestra. Tchaikowsky entregou a regência de sua IV sinfonia a Nicholas Rubinstein “o único regente no mundo em quem eu confio”, como ele mesmo escreveu, e a primeira execução deu-se em Moscou em 10 de Fevereiro de 1878. Nesse momento o compositor estava em Firenze, na Itália, mas, em carta a uma amiga, afirmou estar presente ao concerto no pensamento.

CHRISTOPHER WARREN-GREEN (Maestro) - Iniciou carreira musical como violinista e, aos 24 anos, foi nomeado spalla da Philharmonia Orchestra de Londres. Bem sucedido na carreira de solista, em 1988 foi nomeado Diretor Musical e Regente Principal da London Chamber Orchestra, posições ainda exercidas por ele. Também foi regente de várias orquestras, incluindo a Orquestra Filarmônica Real Britânica, Filarmônica de Liverpool, BBC Concert Orchestra e Orquestras de Saint Louis, Minnesota e Indianápolis nos Estados Unidos. Como violinista, gravou discos e recebeu importantes prêmios, como o Mercury Music Prize e o All Music Musician. Em 2005, a convite da família real da Inglaterra, Warren-Green teve a honra de reger a Orchestra for the Service of Dedication and Prayer, celebrando o casamento do príncipe e a duquesa de Cornwall. Em abril de 2006, ele regeu um concerto privado, marcando o aniversário de 80 anos da rainha da Inglaterra. Em 2009 foi o regente dos concertos da Osba com a soprano carioca Rosana Lamosa e com a pianista portuguesa Maria João Pires, pela Série TCA.

Ricardo Castro (solista) - Natural da cidade de Vitória da Conquista, começou a tocar piano aos três anos de idade, espontaneamente. Aos cinco anos foi admitido em caráter excepcional nos Seminários de Música de Salvador. Aluno da conceituada professora Esther Cardoso, deu seu primeiro recital aos oito anos de idade. Em 1984, Castro foi com recursos próprios estudar na Europa onde ingressou no Conservatório Superior de Música de Genebra na classe de piano de Maria Tipo e de regência de Arpad Gerecz. Completou seus estudos de piano em Paris com Dominique Merlet. Em 1993, recebeu o primeiro lugar no prestigioso "Leeds International Piano Competition" na Inglaterra, marcando a história da competição por ter sido o primeiro vencedor latino-americano desde sua fundação em 1963. Atualmente, é professor na “Haute École de Musique” de Lausanne, Suíça e desde 2007 está à frente da gestão artística da Orquestra Sinfônica da Bahia onde, em parceria com o FESNOJIV da Venezuela, implanta e dirige o projeto NEOJIBA.

Modelo de gestão - A Orquestra Sinfônica da Bahia chega aos 28 anos de existência em um momento importante para a gestão de orquestras sinfônicas no mundo e em particular no Brasil, destaca o gestor artístico Ricardo Castro. Segundo ele, o antigo modelo de gestão de orquestras, que chegou a seu apogeu nos meados do século XX, já não é exemplo para novas instituições. “Em 2010 a Secretaria de Cultura quer mudar o modelo de gestão da OSBA para que, enfim, essa respeitável orquestra tenha em seus concertos e ações a visibilidade e alcance que merece depois de tantos anos de intensa dedicação dos profissionais que a integram.”

Novidades - Enquanto isso, a nova temporada trará mais uma vez para Salvador obras primas do repertório sinfônico, muitas obras inéditas, grandes solistas e regentes, dando continuidade às bem sucedidas séries “Mozart nas Igrejas”, “Quintas Sinfônicas” e “OSBA Itinerante”. Este ano, a Osba celebrará aniversários importantes como os 200 anos de nascimento de Frédéric Chopin e de Robert Schumann e os 150 anos de nascimento de Gustav Mahler.

Ricardo Castro anuncia ainda duas novas ações para 2010: A série “Concertos Acadêmicos”, um programa onde integrantes do Neojibá, escolhidos entre os mais preparados, participarão da execução de grandes obras sinfônicas, como a Quinta Sinfonia de Gustav Mahler e “La Mer” de Claude Debussy, que exigem uma orquestra mais completa. A outra novidade será a Oficina de Treinamento Profissional, “inspirada em ações semelhantes em grandes salas de concerto no mundo, aproveitando a presença em Salvador de grandes solistas para desenvolver atividades didáticas com músicos de todo o Brasil.” A primeira será com o pianista francês Dominique Merlet nos dias 25 e 26 de março, no Teatro Castro Alves, com inscrições gratuitas para os músicos profissionais ou semi profissionais.

Fonte: http://www.tca.ba.gov.br/10/0310/osba_dias_09_e_10.htm

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