quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Concerto de Câmara - Série Carybé no ICBA 25 Agosto

OSBA REALIZA CONCERTO GRATUITO ESTA QUINTA NO ICBA
A apresentação é pela Série Carybé e acontece nesta quinta, dia 25 de agosto, às 20 horas.

A Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) realiza apresentação gratuita com repertório de música de câmara nesta quinta, dia 25, às 20 horas, no Goethe Institut, no Corredor da Vitória. O concerto reúne músicos dos naipes de cordas e sopros da OSBA e faz parte da programação da Série Carybé, batizada em homenagem ao artista plástico argentino naturalizado brasileiro que viveu na Bahia, e que completaria 100 anos neste ano. Atualmente a OSBA tem como gestor artístico o maestro Carlos Prazeres, e é mantida pela Secretaria de Cultura através da Fundação Cultural do Estado e do TCA.

CAMERATAS - Os integrantes da OSBA se apresentam em pequenos grupos, e tem repertório que mescla composições dos períodos barroco, clássico e também contemporâneo. Nesta edição o programa será formado pelas obras
"TRIO "London" nº 3 em Sol maior", de F. J. Haydn; "QUARTETO em Dó maior, KV. 285b" e "QUINTETO em Mi bemol maior, K. 407", de W. Mozart; e, ainda, "QUINTETO para clarinete e quarteto de cordas, Op.30", de P. Hindemith. Os grupos são formados pelos músicos Lucas Robatto (flauta), Pedro Robatto (clarinete), Josely Saldanha (trompa), Samuel Dias (violino), Guilherme Teixeira (violino), Alexandre Casado (violino), Alexander Cichilov (viola), Laura Jordão (viola) e Suzana Kato (violoncelo).

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SERVIÇO:
Série Carybé - Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA)
Onde: Institut Goethe - ICBA
Quando: 25 de agosto, quinta-feira, 20h
Gratuito
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domingo, 21 de agosto de 2011

Sobre os princípios do estudo e aprendizado da flauta

Faz tempo que não nos utilizamos do fórum eletrônico para discutir tópicos de flauta. Na verdade, a lista de discussões parou desde a criação do site, e neste não têm surgido questões – talvez por termos tantos encontros frequentes.

Porém, acho importante retomar também este meio de troca de idéias.

Hoje recebi uma mensagem de uma ex-aluna minha, que apresenta uma questão importante. Segue a correspondência:

Aluna:

“Estou penando com aquelas musicas super difíceis,(Fantasia de Fauré e a Sonata em Dó Maior) e a cada passo elas parecem mais complicadas,
Bem, desde o início do ano estou trabalhando nelas e a cada semestre ela fica mais complicada, inicialmente começamos com o estacatto simples, a sincronia dedos, lábios e mãos saiu boa, mas ela é bem mais rápida e se faz necessário o uso do golpe duplo aí começa o pânico ,as coisas não se equilibram a mão vai pra um lado, os dedos estão fora do lugar , não baixam na hora certa, o golpe de lingua sai de qualquer jeito, sem precisão ritmica e o que me parece pior ,as notas não saem tão curtas como eu queria ouvir , como fazer para que tudo funcione?”



Lucas:

Música é um ato complexo, constituído de diversas tarefas a serem abordadas simultaneamente (a técnica + o texto musical + a expressividade, por exemplo), onde cada tarefa pode ser também encarada como um complexo de vários sistemas (técnica = sonoridade + digitação + articulação, etc – por exemplo), e cada sistema, por sua vez, constituído de várias ações (sonoridade = ar + lábio, por exemplo). Já cada uma destas ações - no caso da técnica - é produzida por conjuntos musculares diferentes (respiração = musculatura abdominal + musculatura torácica + complexo laro-faringial, por exemplo). E olhe que só foquei e aprofundei o aspecto técnico da respiração, e lembro que isto tudo, mais toda a parte da música (correção do ritmo, das notas, do fraseado, etc) vai estar ocorrendo ao mesmo tempo.

Ou seja, música é um problema de coordenação entre várias ações bastante complexas, que vão ocorrer ao mesmo tempo.

Para mim, a melhor solução é começar a estudar cada aspecto em separado, com o objetivo de alcançar controle de cada ação (ou de cada músculo, ou de cada ideia ou concepção artística) em separado. Somente depois de assegurar o controle de todas as ações em separado, é que devemos junta-las em sistemas complexos (depois de dominar a musculatura abdominal, a musculatura torácica e o complexo laro-faringial individualmente, é que partimos a fazer exercícios de respiração mais complexos, envolvendo todas as ações ao mesmo tempo). Depois de dominar um sistema (controle do ar, por exemplo), é que podemos coordenar este sistema com outro já “dominado”(articulação, por exemplo – mas este deve já deve, por sua vez, estar realmente sob controle), é só depois de termos vários sistema sob controle é que podemos “bricar” com todas as tarefas ao mesmo tempo, e de fato fazer música.

Este é o princípio de partir do mais simples (um complexo muscular, por exemplo), para o mais complexo (uma sonata de Bach, por exemplo), em etapas sucessiva, aumentando progressivamente o número de ações e decisões a serem dominados.

Como tudo isto deve ser feito ao mesmo tempo na hora de tocar, muitas vezes se cobra em aula o todo, esquecendo que ele é constituído por partes. Cabe ao prof. e ao aluno estabelecerem juntos que aspectos ainda não estão sob controle suficiente para poderem ocorrer simultaneamente a outras ações complexas, e então focar na parte ainda sem controle. Só depois de se “dominar” razoavelmente a parte mais “fraca” é que se pode partir para ações mais complexas.

Foi por isto que eu trabalhei tanto com vc a parte rítmica, a qual eu identificava como muito insegura. Só a partir do momento em que o ritmo estava mais sólido é que podemos fazer exercício de impulso, onda, etc.

Tentar tudo de uma só vez seria o caminho mais rápido, desde que cada ação esteja realmente bem feita. Estudar uma música “desesperadamente” provavelmente não vai resolver um problema de “base”; já dominar ações de “base” (escalas, notas longas, etc) ajudam muito a tocar uma música (já sabemos disto a pelo menos 200 anos).

Não posso opinar sobre qual é o seu caso agora, pois esta percepção só pode ser feita presencialmente, e qualquer conselho vai depender desta percepção. Recomendo que vc e seu prof. investiguem mais a fundo o que não responde imediatamente ao seu controle. Esta é uma tarefa conjunta prof. + aluno, e é construída a cada aula.”